Outro receio é de pomba. Mas isso é porque uma quase me atropelou, voando torta do chão pra o céu ou outra direção. Ela estava machucada. Á partir desse dia machuquei minha neutralidade em relação às pombas: quero distância. Interessante que já teve outra vez que andando na rua, uma voou rasante sobre minha cabeça. Passei a achar que era algo pessoal da espécie em relação à minha pessoa. Logo em seguida deixei de acreditar nisso porque seria perturbador demais se fosse verdade. Mudando de assunto, quero voltar a falar das estações: estações de rádio eu também gosto.
Das que eu mais gosto, a estação de rádio preferida é quando sintonizo na frequência de ser eu mesma e escrevo alguma coisa bonita sobre borboleta ou loucura sobre pomba. Eu posso estar errada, mas eu tenho certeza que tem dias que eu sinto que todas as estações do ano passam por mim, dentro de um dia só: sinto um frio de gelo quando olho a paisagem e fico sem pensar em nada, e verão quando estou dentro de um abraço sincero. Outono é quando me caio em mim e escrevo tudo o que eu poderia ter guardado mas não o fiz. Cada folha de papel escrita é uma folha abandonada ao vento, como agora é essa folha eletrônica. E tem a primavera: que é a estação preferida das flores... E dos meus temores, que são as borboletas. Pois é, assim como as estações, eu também sou contrastes. Tem dias que também sou fenômenos climáticos tipo furacão, no entanto outra hora faço relato sobre. Vamos manter a delicadeza do texto que agora acaba.