sexta-feira, 1 de junho de 2018

Relato pessoal 1

Todas as estações percorrem o meu corpo. Minha preferida é a primavera. Sou assim por flores, por mais que receie as borboletas que as sobrevoem. Vá entender: curto tanto a delicadeza, que quando ela voa tenho receio que me atinja tão de leve, tão delicada. Talvez eu possa ter recalque de não ter asas visíveis pra voar por aí de flor em flor, de for em for, e de ser toda elogiada por ter dois mosaicos combinados fincados nas costas.

Outro receio é de pomba. Mas isso é porque uma quase me atropelou, voando torta do chão pra o céu ou outra direção. Ela estava machucada. Á partir desse dia machuquei minha neutralidade em relação às pombas: quero distância. Interessante que já teve outra vez que andando na rua, uma voou rasante sobre minha cabeça. Passei a achar que era algo pessoal da espécie em relação à minha pessoa. Logo em seguida deixei de acreditar nisso porque seria perturbador demais se fosse verdade. Mudando de assunto, quero voltar a falar das estações: estações de rádio eu também gosto.

Das que eu mais gosto, a estação de rádio preferida é quando sintonizo na frequência de ser eu mesma e escrevo alguma coisa bonita sobre borboleta ou loucura sobre pomba. Eu posso estar errada, mas eu tenho certeza que tem dias que eu sinto que todas as estações do ano passam por mim, dentro de um dia só: sinto um frio de gelo quando olho a paisagem e fico sem pensar em nada, e verão quando estou dentro de um abraço sincero. Outono é quando me caio em mim e escrevo tudo o que eu poderia ter guardado mas não o fiz. Cada folha de papel escrita é uma folha abandonada ao vento, como agora é essa folha eletrônica. E tem a primavera: que é a estação preferida das flores... E dos meus temores, que são as borboletas. Pois é, assim como as estações, eu também sou contrastes. Tem dias que também sou fenômenos climáticos tipo furacão, no entanto outra hora faço relato sobre. Vamos manter a delicadeza do texto que agora acaba.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Poço ou posso

Em vez de me sentir no fundo do poço,
comecei a me sentir no fundo do "posso".
Vi que este, sim, é bastante profundo.
Neste quero me afundar.




                                                                      Carla

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Poemada - sobre Breno

"Ela poderia ser balão porque me leva às alturas
Ou alguma nuvem muito alta que me faz encostar o céu.
Ela tem beijo sabor algodão doce
E palavras tão doces quanto o mel."

Esse foi o poema que Breno escreveu para si próprio,
sobre o que sente por ela...
ela que está distante fisicamente agora,
mas pra ser encontrada é só baterem na porta do coração dele...
que ela vai estar lá quentinha, confortável e poe(a)mada.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

EletrocardiogrAMA

Ela me piscou, como se o céu abrisse e fechasse rápido,
Como se o dia fosse claro-escuridão-claro, como se o olhar dela fosse o mundo latente.
Ela piscou pra mim e meu coração bateu num ritmo que o doutor confirmou:
Pelas linhas desse desenho de exame eletrocardiograma, teu sintoma é amor.

Doutor, remédio pra isso eu não quero. - Eu disse.
Ele sorriu com os lábios fechados e passou a mão sobre o peito, em cima do coração: será que lembrava dos olhos de alguém?


                                                                             Dário

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Vida padaria

Acordo cedo e me desenrosco dos lençóis pra que lá fora o dia me cubra: de sonhos, de responsabilidades e de céu.

Tem vez que leva tempo pra aprender a usar o tempo, pra passar pela vida sem deixar a vida passar por você, pra saber o que é melhor saber.

Envolta de realidades diferentes, sei que os sonhos são presentes que o amanhã traz pra hoje: esperança por futuro melhor e abundância de vida. Na minha realidade o amanhã trouxe amor em forma de sonho: e nesse doce já dei a primeira mordida.

                                                                                    Carla 

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Caí pra cima, mas tô sóbrio, souBreno

Enquanto segurava as mãos dela,
Me sentia caindo,
Mas a impressão que eu tinha era de que estava subindo...
Me sentia nas nuvens.

Acho que eu estava caindo de amores por ela
Porque a cada vez que eu a fazia sorrir
Era como se enquanto o céu chorasse lá fora,
Eu chovia de alegria por dentro.

Acho que tô gostando mesmo dela.
Um dia desses tropeço n'alguma estrela, lua ou planeta.

                                                                                                                                                                                    Breno

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

SoLua (sobre Amelie)

Tem dia que eu sou toda lua
Iluminando meus pensamentos noturnos.

Tem dia que eu sou toda rua,
Me fazendo caminho, ajudando alguém com seus rumos.

Tem dia que eu sou toda crua
E assim seca de palavras e apuros,
Sem me refogar nos pensamentos mais puros,
Sem calcular meus próprios difíceis furos,
Acumulada de trejeitos duros.

Tem dia que eu sou toda sol
E parede nenhuma me barra,
Aqueço e faço derreter na marra
A pessoa que mais me agarra
E que, derretida, parece cantar como cigarra,
Sem parar até que acabe a farra,
Feito cantor de ópera que narra
A vida da donzela que dizia
Que tem dia que é Lua, e é Sol noutro dia.


                                                                                 Amelie.

Relato pessoal 1

Todas as estações percorrem o meu corpo. Minha preferida é a primavera. Sou assim por flores, por mais que receie as borboletas que as sobre...