quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Socorre, ela só corre

Se eu só correr, me dá socorro. - Ela disse. Os dois continuaram a olhar um para o outro, ele querendo ficar mudo pra ouvir melhor o silêncio que ela tentava fazer. Caio presta atenção em vários detalhes dela.

Todos os dias Belinda apressadamente pega o ônibus para ir trabalhar, come mais rápido que o comercial durante um filme na sessão da tarde, trabalha rápido pra sair do trabalho rápido, pra chegar em casa o quanto antes, na vontade apressada de viver ou na ânsia de acabar tudo breve.

Você está indo mais depressa pra tua morte assim desse jeito, mulher. - Ele disse. Ela automaticamente olhou ao relógio: quanto tempo daria dali desse momento até aquele em que seria sua morte? Ela gostaria que esse tempo fosse não longo, mas logo. Vê-se que esperar não é coisa de Belinda.

Parece que preciso te socorrer todos os dias, estando você assim. - Ele comentou. Rápido ela fechou os olhos e mais rápido ainda estendeu os braços na direção dele, como suplicando um salvamento. O que eu faço? - Questionou ela. Ele: comece por respirar.... devagar... respira sem pirar...


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